Museu Militar de Lisboa, 12 de dezembro a 25 de janeiro de 2018
Inauguração: 12 de dezembro de 2017, 17:30h
O Museu Militar de Lisboa em colaboração com a Faculdade de
Belas-Artes da Universidade de Lisboa, na continuação do projeto Evocação –
arte contemporânea, apresenta mais uma exposição evocativa da Grande Guerra intitulada
Gravidade.
Sobre esta obra, José Teixeira diz-nos que «Gravidade, com
tudo o que tem de ambíguo, consta de uma instalação escultórica, que contou com
a participação de setenta e sete pessoas, homens, mulheres e crianças entre os
dez e os oitenta anos. O projeto, iniciado em abril de 2016, partiu da ideia de
representar um centésimo das vítimas portuguesas na grande guerra[1]. A evocação dos que
morreram há cem anos serve para lembrar, no presente, os milhares de migrantes,
os refugiados, oriundos de zonas de conflito bélico, as crianças soldados
recrutadas por grupos extremistas e, simultaneamente, para celebrar a vida
simbolicamente representada nos setenta e sete participantes que comigo
colaboraram na elaboração deste trabalho»
Gravidade é uma instalação concebida propositadamente para o
espaço do museu, dedicado à Grande Guerra que nos pede pensamento sobre a
qualidade das circunstâncias da vida e o valor das causas a que ela nos obriga.
Cumpre por isso uma função essencial da arte: fazer pensamento.
Corresponde, metaforicamente, ao peso dramático de cada um
de nós, sobre o plano dos acontecimentos incontornáveis, como as guerras.
Sublinha a força que as imagens-arte têm em nós como coisas que ultrapassam em
muito a fragilidade dos corpos estendidos, mortos, nos campos das batalhas de
todos os dias. A sua dimensão conceptual sublinha que arte, ao contrário do que
alguns pensam e argumentam hoje, cura, revoluciona, rompe, corta! Não é de todo
coisa cenográfica! É, sobretudo, o pensamento humanista que reforça a força da
esperança que permanece depois de tudo findar.
Ilídio Salteiro, 2017